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Sportainment Series levanta discussão sobre união do entretenimento ao esporte

RESUMO DO TEXTO:


  • Debater sobre o sportainment é necessário para fomentar atualizações no esporte brasileiro;

  • Uma nova experiência demonstra capacidade aos clubes para se adequarem a um caminho de modernizações e rentabilidades;

  • Novos torcedores buscam entretenimento, sociabilidade e networking;

  • A necessidade que clubes iniciem uma profissionalização através da estruturação de entidades empresariais para criar uma mudança sustentável.


A necessidade da discussão sobre a modernização do esporte e a inclusão do entretenimento é uma realidade indiscutível. Com essa premissa, foi dada a largada no primeiro programa Sportainment Series. Todas as terças-feiras, uma nova edição trará ao campo da hubstage diferentes temáticas sobre o futuro da gestão do esporte e do entretenimento no Brasil e no mundo. O tema para o primeiro bate-bola entre os convidados foi "O que é Sportainment e porque ele é um fato e não uma tendência”.


A escalação não poderia ser outra para uma estreia: Alexandre Rangel Dantas - Partner at EY - Ernst Young, Aghata Arêas - Vice-presidente de Learning Experience do Rock in Rio, Marcos Motta - Co-Founder da Bichara e Motta Advogados e Bichara Neto - Co-Founder da Bichara e Motta Advogados. No comando do apito e direção das perguntas, Bel Mota.


Segundo o embaixador do Sportainment no Brasil, Marcos M., debates como esse são fundamentais para fomentar atualizações no esporte e entretenimento. “O momento está propício e o mercado experimenta uma mudança clara. A ideia desse programa é proporcionar a todos que trabalham na indústria uma visão holística de mercado”, explicou. Para Motta não há outra saída senão uma visão colaborativa no esporte.


A experiência do entretenimento


Experiência é a informação acompanhada de emoção. Com essa ideia, Agatha A., iniciou sua fala acerca de vivências que teve ao trabalhar no Rock In Rio. A participante ressaltou a importância em mexer com o emocional do público. “Quando falamos de live entertainment, temos a possibilidade de tocar corações e precisamos fazer isso. O Rock In Rio possui a música como narrativa e o esporte tem como pegar experiências disso”, ressaltou. A painelista citou a possibilidade de shows musicais no intervalo dos jogos, por exemplo.


Para Agatha, há rixas sérias entre torcedores e o próprio futebol. Como está configurado atualmente no Brasil, segrega públicos. “Se pudéssemos resgatar os valores que o esporte nos ensinou, que podem até ser transpostos para a vida empresarial, por exemplo, cresceríamos muito”, falou. A Vice-presidente de Learning Experience do RIR deu crédito ao Sportainment Series. “A produção de conteúdos com esse programa, para conversar com diferentes públicos, é muito importante. É uma nova experiência que demonstra capacidade aos clubes para se adequarem a um novo caminho”, destacou.


Durante a pandemia, o entretenimento esportivo no Brasil não contou com novas criações, segundo apontamento de Alexandre R. O profissional disse que o momento de crise apenas acelerou processos que aconteceriam dentro de alguns anos - o que é relevante ao setor. Visando boas experiências, destacou o futebol como primordial. “Temos que pensar o ‘negócio futebol’ como algo do entretenimento. Os torcedores possuem um senso de propriedade sobre ele (time para qual torce) e um forte vínculo emocional. Isso é algo que talvez nenhum outro esporte proporciona”, defendeu.


Segundo o partner da EY, no Brasil temos movimentos pontuais de clubes tentando proporcionar entretenimento ao público - mas ainda de forma amadora. Esse novo modelo apresenta resistência aos puristas do futebol. “Isso ainda é visto por algumas pessoas como algo estranho. Felizmente vejo que ideias ultrapassadas estão perdendo força. O entretenimento tem que estar junto ao futebol e podem conviver sem luta entre si”, sustentou.


Uma revolução no esporte brasileiro


É necessário viver uma experiência que conecte, transforme, engaje e converta. Marcos M. acredita ser impossível fugir da união entre entretenimento e esporte. "Essa é a visão do mercado moderno, por isso é necessário oferecer ‘elementos complementares’ que até aumentarão a monetização. Isso é uma consequência positiva”, admitiu.


Com intuito de explicar a relação do novo torcedor com o esporte, o advogado especialista em direito desportivo acredita na evolução de comportamentos. “Atualmente buscam muito mais do que simplesmente a partida. Querem entretenimento, sociabilidade e networking. Hoje o futebol compete com outros canais de entretenimento, daí a importância de ver o esporte como parte disso”, salientou Marcos M.


No início da crise pandêmica mais de 120 mil contratos de esporte foram interferidos. Para Marcos M., os efeitos negativos poderiam ser menores se o sportainment fosse realidade no Brasil. “Não existe nada mais poderoso do que a programação ao vivo com diversas possibilidades ao público. Nada é mais poderoso que tudo isso conjugado: o marketing, entretenimento e o esporte”, argumentou.


Apropriado dos números negativos que a Ernst Young publica anualmente referente às receitas de clubes brasileiros, Bichara N., questiona como seria possível o maior exportador de jogadores do mundo vivenciar tamanha crise no futebol. “A maioria dos clubes estão no formato de associações com diversas pessoas envolvidas, o que acaba sendo uma dificuldade para investimentos na área - dificultando a modernização”, afirmou. Para o membro da Bichara e Motta Advogados, os processos legislativos são complexos e falta vontade. “No início da pandemia se discutiam direitos de arena e clube-empresa. Já se passaram seis meses mas nada disso aconteceu. É preciso que uma transformação de fato aconteça”, expressou Bichara.


Como tornar o Sportainment realidade


O ambiente ainda é volátil, mas existem pilares básicos para sustentar essa realidade. Marcos M., defende profissionalização de clubes e/ou entidades esportivas. “Eles (clubes) precisam entender que são um hub (concentrador) de negócios. Isso serviria para potencializar e ter uma visão melhor do esporte e, assim, atrair mais investidores”, articulou.

Ao mudar a visão sobre a atuação, os clubes crescem além do alambrado dos campos e conquistam torcedores pelo mundo. “Como exemplo disso, hoje 80% da base de fãs do Manchester United fica fora da Inglaterra e isso é consequência de uma visão de marca global. Eles monetizam 365 dias por ano guiados pela beleza e desafios da inovação e transformação digital”, explicou Marcos M. Diante dos obstáculos, Motta deixa um recado aos estudantes. “Reparem a quantidade de informações que temos além da realidade vivenciada no Brasil pois essa é a nossa saída”, recomendou.


Em concordância a Marcos M. sobre visão global de time, Agatha A. lembrou o caso de sucesso do Real Madrid. “O time começou a tratar a marca deles como conteúdo e só assim podemos conectar melhor as pessoas. Os clubes precisam conhecer os seus torcedores - hoje todos somos produtores de conteúdo e o público precisa ser reconhecido”, comentou. Para a convidada não existe a necessidade em ser especialista sobre regras do esporte quando se gosta da cultura em que ele está inserido. “Se dermos uma dimensão aos universos do entorno, há muita possibilidade de chegarmos a mais pessoas”, esclareceu.


De acordo com Alexandre R., é preciso distinguir a experiência do estádio com o virtual. “A importância que se dá é maior ao público que acompanha pela TV em detrimento de quem está no estádio”, apontou. Para o convidado, é preciso identificar novos padrões ou aproveitar modelos que deram certo. “Ficamos presos quando olhamos modelos americanos que estão focados dentro dos estádios, mas, fora não são tão bons. No Brasil há entraves e controvérsias nesse processo, por isso é preciso ter visão de longo prazo. É difícil mudar quando o ambiente é dissociativo”, clarificou. Alexandre julga importante que clubes iniciem uma profissionalização através da estruturação de entidades empresariais para criar uma mudança sustentável no esporte.


Menção honrosa:


A hubstage é um concentrador de geração de conteúdo e educação. Tudo pode ser ligado à área do entretenimento, do digital e do esporte. Marcos M., lembra da importância de utilizar a expertise do time para grandes eventos esportivos. “Anunciamos em primeira mão o evento da CBF em parceria com a La Liga, What Awaits Us (O que nos Espera) que acontecerá no dia 19 de outubro e tem a colaboração da hubstage”, apresentou. Motta, que é professor de MBA da La Liga e junto com Bichara, ministra aulas na CBF Academy, defende a união de players de mercado para que novos produtos possam surgir.


Acompanhe o primeiro programa Sportainment Series:




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