Resumo do texto
Webinar com Rodrigo Capelo, Alexandre Rangel e Cesar Grafietti discute os rumos do futebol pós-pandemia;
Crise abre espaço para inovação necessária nos times de futebol brasileiro;
Rodrigo Capelo diz que coronavírus potencializou vulnerabilidades na sociedade, governo e mercado;
Os clubes que sairão melhores dessa crise são os que entenderam o momento necessário de mudanças;
O futebol com torcidas deve demorar a voltar, assim como os jogos interestaduais e internacionais pela questão logística.
O time da Hubstage entra em campo e dessa vez o nosso papo é sobre o futebol que a gente deve encontrar no pós-pandemia. Esse é um momento de observar mudanças e aprender com a crise - ficar esperando tudo voltar ao normal é um erro.
E para debater o assunto, a Hubstage realizou um webinar através do canal do Youtube e Marcos Motta trouxe para a “partida” os convidados: Rodrigo Capelo, Alexandre Rangel e Cesar Grafietti.
Ninguém, é claro, estava preparado para a chegada da Covid-19, muito menos o futebol brasileiro. A estrutura do mercado já não era forte e jamais se imaginou em uma situação que colocasse em risco a continuação de torneios e disputas. Mas e agora, o que esperar de uma das maiores paixões nacionais?
A hora de virar a chave do futebol brasileiro
Crises são momentos de grandes oportunidades para uma virada de jogo, segundo Alexandre Rangel, que lembra de outros momentos como esse fizeram empresas novas tomarem o lugar das grandes, essa lição pode e deve ser levada para gerentes do futebol.
Em meio à pandemia, o momento não é de esperar que tudo volte ao normal, pelo simples fato de que o normal como conhecíamos não vai voltar. O que veremos é um novo futuro, construído por aqueles que trabalham para que o futebol tome novos rumos e seja mais forte e melhor que nunca.
Não é o coronavírus que está causando a crise, mas “está potencializando as vulnerabilidades que a gente já tinha enquanto sociedade, governo, mercado, etc.”, afirma Rodrigo Capelo. As pautas que vínhamos deixando de lado, esperando um momento oportuno só atrasaram as coisas e nos deixou mais vulneráveis durante a crise, então, qual o melhor momento para mudar paradigmas se não agora?
Algumas tendências que já eram realidade no mercado agora devem ser exacerbadas e projetos devem ser acelerados. O futebol não pode ficar à deriva de uma nova crise que venha daqui alguns anos e provoque outras grandes quedas. Agora é um período de mudanças que busquem benefícios em toda a cadeia, desde os dirigentes, técnicos, atletas até o público final.
Essas transformações são defendidas por Cesar Grafietti. Ele lembra que o mercado do futebol já era complicado no país, com potencial de renda reduzido e a economia patinando. A dificuldade de evoluir é menor e a “Covid-19 chega e arrasa tudo [...] se já existia a demanda de mudar, agora é mais urgente”, explica.
A opinião de Alexandre é de que o futebol será um dos mais afetados durante um ou dois anos, por isso é tão urgente falar em inovação e novos rumos. Para ele, quem sairá melhor dessa crise são aqueles que entenderam e se adaptaram ao novo momento, sem importar o tamanho do clube. Já aqueles que continuam apegados ao modo antigo dos anos 70 e 80 vão encontrar mais dificuldades de renovação e de atrair ajuda externa que o setor venha a contar.
A retomada do futebol brasileiro
Ainda não há previsão de volta do futebol que “conhecemos”, aquele com torcidas, barulho e tudo que compõe o pacote do entretenimento. Pode ser que até o começo de 2021 os jogos ainda sejam realizados com portões fechados na opinião de Alexandre, por isso, os clubes ainda não conseguem montar uma estratégia pensando no público. O que deve prevalecer por enquanto são as receitas com transmissão e patrocínio.
Alexandre observa que as competições em níveis nacionais ou internacionais devem ser as mais afetadas nesse primeiro momento por questões logísticas. Os estaduais, que já vêm se preparando para a volta, devem continuar sem a presença do público e com a adoção de uma série de ações sanitárias.
Esse é um momento de ser mais flexível, o mercado e setor do futebol precisam entender que existem necessidades diferentes e não há disposição de renda por parte dos clubes. Por isso todos precisam se unir, TV, clubes e atletas, mesmo que “perderem” um pouco agora, será essencial para a sobrevivência do esporte nos próximos anos, segundo Cesar.
Olhando para este cenário, é perceptível que o futebol deve passar por uma reformulação, que, além de esperada, se torna a principal preocupação. Alexandre acredita que a procura pela “torcida em casa” deve aumentar, já que além de não ter contato físico, o digital garante acesso a mais pessoas num ambiente seguro. Elas estão se acostumando a esse tipo de acesso.
A nossa torcida é que tudo se encaminhe numa boa volta, mas para que isso aconteça é preciso mudar o jeito de se fazer futebol e isso não depende somente dos clubes em si, mas do setor político e social. O Brasil ainda tem o esporte do passado como espelho e é preciso entender que a tecnologia é uma aliada, tanto quando aproxima o público como quando gera novas formas de receita.
Existe um mundo de possibilidades inexploradas pelo futebol brasileiro e não se trata de reinventar a roda, basta olhar para o brilhante sportainment que outros países praticam e revolucionaram o setor. Será que veremos um esporte diferente depois desta crise? É preciso enxergar oportunidades e promover brilho nos olhos e um verdadeiro espetáculo atinge diversas classes e pessoas.
Apita o árbitro!
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