RESUMO DO TEXTO:
Para ser inspirador é preciso que o canal ocupe um espaço ainda vazio na sociedade;
Como a Barões auxiliou players que tinham liberdade sem o peso da mídia tradicional;
Pontos importantes em cada período em uma perspectiva histórica foram cruciais para diferentes rupturas de transição midiática;
Publicando conteúdos de relevância, marcas se posicionam como fortes combatentes de fake news.
A necessidade da discussão sobre a transição midiática e as diversas influências nos mais variados esportes, proporcionou uma verdadeira aula a quem acompanhou o segundo programa Sportainment Series, da Hubstage. A edição detalhou, dentre outras relevâncias, a relação dos negócios de esportes com as mídias e contou com a presença de André Barros - Fundador do canal Desimpedidos e Paulo Henrique Ferreira - Diretor executivo da Barões Digital Publishing.
Sob comando da jornalista e apresentadora Bel Mota e a participação especial do Fundador do Sportainment no Brasil, Marcos Motta, os convidados abriram o debate explicando se compreendiam a real dimensão dos negócios de esporte no qual estão inseridos. André B., disse que no início era impossível compreender o nível de sucesso que teriam, mas que era preciso dar certo por terem começado diferente. “Nós já nascemos como uma empresa, com um fundo de investimento, não como a maioria dos canais, em uma conversa entre amigos no bar”, comparou.
Para serem inspiradores, o fundador do maior canal de futebol do YouTube na América Latina, acredita que ocuparam um espaço antes inabitável. "O Desimpedidos nasceu como uma necessidade nossa, pois olhávamos os programas tradicionais e víamos como não nos representava. Nós falamos com humor descontraído e leve, trazendo a audiência para frente da câmera”, contou. Por trabalhar como agente de jogador de futebol durante 8 anos, André entendeu como se comportavam. "Só assim foi possível compreender o motivo dos jogadores terem resistência com a mídia tradicional - com a troca de experiências entre nós”, pontuou.
O Diretor Executivo da Barões Digital Publishing, destacou a importância do profissionalismo por trás da mídia do Desimpedidos. "O público olha o digital, vê só o produto final e não sabe o quanto é difícil esse trabalho. Quando o Desimpedidos chegou, eu estava no Lance (jornal esportivo brasileiro) e acompanhei essa transição que ele gerou”, falou PH Ferreira. O convidado disse que a partir daí notou a necessidade da Barões de auxiliar players que tinham liberdade sem o peso da mídia tradicional. “Os meninos do mercado digital viraram homens e entenderam que a mídia digital é a que possui mais capilaridade”, mostrou.
Mudanças no comportamento do público
Segundo André B., o canal Desimpedidos percebeu a transição da mídia no ano de 2014, quando começaram a aparecer em programas tradicionais da televisão brasileira. “Começamos a entender que o controle do que seria consumido passou a ser do usuário e isso foi um grande impulsionador”, afirmou. O profissional entende que a partir desse momento, uma análise de dados foi determinante para entregar mais conteúdos que o público gostaria de consumir - um verdadeiro diferencial.
Marcos Motta, percebe que o movimento gerado pelo Desimpedidos foi o mesmo que alguns clubes tentaram imprimir durante a pandemia. “Eles (clubes de futebol) se viram perdidos em função da interrupção da venda direta e ao hiato da comunicação com o público, mas ninguém pensou em diferentes ativações”, lamentou. Para o advogado, quem compreendeu a importância de trabalhar o branding, buscou melhor entendimento orgânico com o consumidor.
De acordo com uma perspectiva histórica da evolução das mídias apresentada por PH Ferreira, pontos importantes em cada período foram cruciais para diferentes rupturas. No século XIX - o surgimento da energia elétrica e do telégrafo; no século XX o rádio, TV, telefone, imprensa e internet; e no século XXI - o surgimento de uma nova transição midiática. “Do mesmo modo que o telégrafo rompeu e criou a sociedade do espetáculo, a internet trouxe um novo componente. Nunca houve na história uma mídia com capilaridade tão grande quanto o celular”, exemplificou. Para o convidado, esse é um ótimo exemplo de transição midiática. Com isso, as marcas já não se baseiam em mídias pagas tradicionais e desenvolvem um ativo próprio. “Isso é Brand Publishing - onde é preciso ter autoridade no segmento com audiência bem definida”, informou.
Influências positivas à sociedade
Ter uma boa relação com a comunidade no qual está inserido é fundamental. Muitas vezes esse processo se inicia antes do produto estar em campo. Esse foi o caso do Desimpedidos. “Primeiramente criamos arquétipos e personas para entender melhor o que nosso público queria consumir”, considerou André B. Segundo ele, o que falta em relação ao mercado (falando sobre ações de impacto) é que as marcas e clubes ainda não possuem uma personalidade definida. “Faltando isso, como é que vão criar ações e se mostrar como players relevantes estando alheios a temas quentes? É preciso dar personalidade e incomodar as pessoas”, direcionou.
Na intenção de exemplificar comportamentos na sociedade da informação, PH Ferreira defende a existência de um problema de mindset anterior. “O planejamento não é estratégico. Já vi marcas grandes falharem fazendo personas delas ou imaginando que os usuários seriam de tal maneira. Ser publisher é falar a linguagem da sociedade da informação”, disse. Para o diretor, a partir do momento que esse processo é dominado de modo profissional, não se conquista apenas a mensagem, mas a comunidade como um todo - proporcionando benefícios à comunidade. “As marcas não podem fugir disso, mas precisam ser corretas e profissionais. Quem acordou só agora (em meio à pandemia), tenho péssimas notícias - pode ser tarde. É preciso dominar o meio honesto com uma mensagem também honesta”, orientou.
Dentre os diversos pontos positivos levados à sociedade, ao publicar conteúdos relevantes, as próprias marcas auxiliam no controle de fake news. “A empresa acaba por prestar um serviço para a indústria, segmento e coletividade. Expressa crenças, valores e qualidades. As pessoas querem uma marca educando, explicando e esclarecendo”, explanou PH Ferreira, que finalizou dizendo existir muitas ideias no mercado, mas que isso não é tudo. “Ideia é mato, consistência é conteúdo”, expressou.
Vivemos uma nova e poderosa transição midiática com o progresso da internet e o advento de novos aparelhos celulares com tamanha capilaridade. Daí a necessidade da educação midiática ser para todos - desde os grandes dirigentes até os pequenos que dominarão as próximas gerações. É preciso ensinar a consumir mídia com centralidade na sociedade da informação.
Bônus: alguns cases de sucesso de marketing apontados pelos convidados para que você possa pesquisar:
La Liga;
Red Bull;
Bebang e Babi Beluco
Netflix
Assista a esta edição do Sportainment Series
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